Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1942, é um cantor e compositor brasileiro reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da MPB. Conhecido também pelo apelido de Bituca, filho de Maria do Carmo Nascimento, uma empregada doméstica, foi adotado por um casal cuja esposa (Lília Silva Campos) era professora de música. O pai adotivo, Josino Campos, era dono de uma estação de rádio. Mudou-se para Três Pontas, em Minas Gerais, antes dos dois anos e aos treze anos já cantava em festas e bailes da cidade. Sobre a família, disse: Sou fascinado pela minha família, acho que eu não poderia ter tido mais amor, educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo. Eles moldaram a minha vida. Meu primeiro instrumento foi uma harmônica dada pela minha avó. Ela me deu um acordeão, e foi aí que minha vida musical começou. Gravou a primeira canção, "Barulho de Trem", em 1962. Em Três Pontas, integrava, ao lado de Wagner Tiso, o grupo W's Boys, que tocava em bailes. Mudou-se para Belo Horizonte para cursar Economia, onde, tocando em bares e clubes noturnos, começou a compor com mais frequência; datam dessa época as composições "Novena" e "Gira Girou" (1964), ambas com Márcio Borges. Clube da Esquina - Na pensão aonde foi morar na capital, no Edifício Levy, Milton conheceu os irmãos Borges, Marilton, Lô e Márcio. Dos encontros na esquina das Ruas Divinópolis com Paraisópolis surgiram os acordes e letras de canções como "Cravo e Canela", "Alunar", "Para Lennon e McCartney", "Trem Azul", "Nada Será Como Antes", "Estrelas", "São Vicente" e "Cais". Aos meninos fãs do The Beatles e do The Platters vieram juntar-se Tavinho Moura, Flavio Venturini, Beto Guedes, Fernando Brant, Vermelho, Toninho Horta. Em 1972, a EMI gravou o primeiro LP, "Clube da Esquina", que era duplo e apresentava um grupo de jovens que chamou a atenção pelas composições engajadas, a miscelânea de sons e riqueza poética. O "Clube da Esquina" escreveu um dos mais importantes capítulos da história da MPB. Chamou a atenção dos músicos brasileiros e estrangeiros, dada a sua ousadia artística e criatividade inovadora. Quando de seu lançamento, a crítica especializada não teve a capacidade de entender o que estava acontecendo e fez comentários severos a respeito da obra. Pouco tempo depois, o disco teve reconhecimento internacional e ganhou o prestígio merecido aqui no Brasil também. O álbum virou disco de cabeceira de músicos no mundo inteiro, tornando-se referência estilística e estética da música contemporânea, e levou Milton Nascimento a ser convidado por Wayne Shorter a gravar um disco com ele, em 1975. O disco chamava-se "Native Dancer" e serviu para projetar Milton de uma vez por todas no mercado norte-americano. Milton transcendeu o anonimato como cantor gravando um LP no Rio de Janeiro em 1966. Em 1967, segundo o trecho da contracapa do disco Milton e Tamba Trio: Milton Nascimento entrou no estúdio acompanhado pelo 'Tamba Trio', no Rio de Janeiro, em 1967, para gravar seu primeiro disco. O encontro de 'Milton & Tamba' com os arranjos de Luizinho Eça fazem de 'Travessia' um álbum definitivo e eternamente moderno. No mesmo ano, a composição "Canção do Sal" foi gravada por uma cantora até então desconhecida, Elis Regina. A convite do músico Eumir Deodato, gravou um LP nos Estados Unidos (Courage), onde se destacam "Catavento" e uma versão de "Travessia" chamada "Bridges". Em 1970 realiza temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo com o conjunto Som Imaginário, destacando-se desse período "Para Lennon e McCartney" (1970, com Fernando Brant, Márcio Borges e Lo Borges) e "Clube da Esquina". No disco "Sentinela" (1980), foi um grande sucesso a composição "Canção da América". No ano seguinte, estourou a canção "Caçador de Mim". Também participou e compôs a trilha sonora de filmes como "Os Deuses e Os Mortos" (1969, direção de Ruy Guerra), e "Fitzcarraldo" (1981, direção de Werner Herzog). Entre outros sucessos, destacam-se "Maria, Maria" (1978, com Fernando Brant), e a interpretação de "Coração de Estudante" (Wagner Tiso), que se tornou o hino das Diretas Já (movimento sócio-político de reivindicação por eleições diretas, 1984) e dos funerais de Tancredo Neves (1985). Posteriormente, a "Canção da América", que versa sobre a amizade, foi o tema de fundo dos funerais de Ayrton Senna (1994). O Grande Circo Místico - Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo "O Grande Circo Místico" foi lançado em 1983. Milton Nascimento integrou o grupo seleto de intérpretes da MPB que viajaram o país durante dois anos apresentando o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma platéia de mais de 200 mil pessoas. Milton interpretou a canção "Beatriz", composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século. Nordeste já - Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de "We Are The World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto "Nordeste Já" (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca D'água". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi, no entanto, criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. O estilo musical de Milton pode ser classificado como Música Popular Brasileira, surgido de um desdobramento do movimento da bossa nova, com fortes influências desta, do jazz, do jazz-rock e de grandes expoentes do rock, como os Beatles, Bob Dylan e com pitadas tanto da música hispano-americana de Mercedes Sosa, Violeta Parra e Victor Jara, quanto dos sons caribenhos de Pablo Milanes e Silvio Rodrigues. Ao mesmo tempo, o estilo de Milton nascimento não deixa de beber nas fontes regionais brasileiras, nos cantos folclóricos de Minas Gerais e de outros estados. O estilo foi praticamente inaugurado com a interpretação da canção "Arrastão" (Edu Lobo / Vinícius de Moraes), pela novata Elis Regina, na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira. Até 2004, Milton Nascimento já havia gravado mais de trinta álbuns. Cantou com dúzias de outros artistas, incluindo Angra, Maria Bethânia, Elis Regina, Gal Costa, Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Simone, Chico Buarque, Clementina de Jesus, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Paul Simon, Peter Gabriel (com quem co-escreveu a música "Breath after Breath" do Duran Duran), Herbie Hancock, Quincy Jones e Jon Anderson. Elegeu Elis Regina como a grande musa inspiradora para quem compôs inúmeras canções. A filha de Elis, Maria Rita, teve sua carreira catapultada pela participação no álbum "Pietá", cantando as faixas "Voa Bicho", "Vozes do Vento" e "Tristesse". Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997. Foi nomeado novamente para o Grammy em 1991 e 1995. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. O carisma pessoal e o gênio musical fazem-no ter o talento apreciado por muitos no mundo inteiro. A voz é considerada uma das maiores de todos os tempos na Música Popular. Sua capacidade de alcançar agudos muito altos, graças a seu privilegiado registro vocal, lhe garantiu a participação em vários trabalhos, seus e de outros artistas, aos quais adicionou vocalizes extremamente delicadas em arranjos primorosos.
Fonte: Wikipédia
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Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração, assim falava a canção que na América ouvi,
Mas quem cantava chorou ao ver seu amigo partir,
Mas quem ficou, no pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou, com a lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância, digam não,
Mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Pois, seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.
Seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida.
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida.
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Ah, eh, ah, ha, hei, a hei ah há, lá,lá,lá, le, lerei...
Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
Muito tenho pra falar
Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedras,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar
Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedras,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar
Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver.
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir, foi assim
Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe, tudo tão bom
'Té' a estrada de terra na boléia de caminhão, era sim
Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se foi assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso de viver, nem de cantar.
Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe, tudo tão bom
'Té' a estrada de terra na boléia de caminhão, era sim
Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se foi assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso de viver, nem de cantar.Lá, lá, lá, lá, lá, lá.....
Nos Bailes da Voda - Vídeo


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