Raul dos Santos Seixas nasceu em Salvador, BA, em 28 de junho de 1945. Sua grande influência foi o rock-and-roll da década de 1950, que ouviu muito nos discos emprestados pelos vizinhos, funcionários do consulado norte-americano em Salvador.
Aos 12 anos fundou o conjunto The Panthers (mais tarde, Os Panteras), primeiro grupo de rock de Salvador a usar instrumentos elétricos, passando a tocar em cidades do interior baiano. Começou a estudar direito, mas abandonou o curso para se dedicar à música. Em 1967, Jerry Adriani apresentou-se ao vivo em Salvador, acompanhado pelos Panteras, e se entusiasmou com o grupo, convencendo-os a se mudarem para o Rio de Janeiro, onde gravaram pela Odeon (mais tarde EMI) seu primeiro disco LP, "Raulzito e os Panteras".
De 1968 a 1972 trabalhou como produtor da CBS. Produziu e lançou, em 1971, o LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta sessão das dez", com músicas de sua autoria e em parceria com Sérgio Sampaio, sendo ambos os intérpretes, ao lado de Míriam Batucada e Edy Star.
Apresentou-se no VII FIC (transmitido pela TV Globo) em 1972, com duas músicas, "Let Me Sing", "Let Me Sing e Eu sou eu", "Nicuri e o diabo". Contratado em 1972 pela Philips, gravou o LP "Os 24 grandes sucessos da era do rock", no qual aparecia creditado apenas como produtor e arranjador.
Seu primeiro grande sucesso como intérprete foi "Ouro de tolo", em 1973, incluída em seu primeiro LP solo "Krig-há, Bandolo!", do mesmo ano e que incluiu outros êxitos, como "Metamorfose ambulante", "Mosca na sopa" e "Al Capone" (com Paulo Coelho). Seu sucesso se consolidou com os três LPs seguintes, "Gîtâ" (1974), "Novo aeon" (1975) e "Há dez mil anos atrás" (1976).
Mudando-se em 1977 para a Warner (que inaugurava sua filial brasileira), gravou três LPs: "O dia em que a terra parou" (1977), que inclui "Maluco beleza" (com Cláudio Roberto), que se tornaria um hino da geração hippie, "Mata virgem" (1978) e "Por quem os sinos dobram" (1979).
Apesar de crescentes problemas de saúde e várias trocas de gravadoras, manteve o prestígio e o sucesso em quase todos seus LPs seguintes: "Abre-te sésamo" (CBS, 1980), Raul Seixas (incluindo sucessos como "Capim-guiné", com Wilson Ângelo, e "Carimbador maluco", este incluído no musical infantil "Plunct, Plact, Zumm", da Rede Globo, Eldorado, 1983), "Metrô linha 743" (Som Livre, 1984), "Uah-bap-lu-bap-lah-bdim-bum!" (Copacabana, 1987), "A pedra do Gênesis" (Copacabana, 1988) e "A panela do Diabo" (em dupla com Marcelo Nova, um de seus maiores discípulos e líder do Camisa de Vênus; Warner, 1989).
Seus outros sucessos incluem "Como vovó já dizia" (com Paulo Coelho, 1975), "Rock das "aranha"" (1980) e "Cowboy fora-da-lei" (1987). Com público dos maiores e mais fiéis, foi o primeiro artista brasileiro a ter um LP organizado e lançado por um fã-clube, a coletânea de gravações raras "Let Me Sing my Rock-and-roll" (1985, mais tarde encampada pela Polygram com titulo "Caroço de manga"), e mesmo após sua morte continua exercendo influência, com músicas regravadas por artistas tão diversos quanto Caetano Veloso (Ouro de tolo), Irmãs Galvão (Tente outra vez), Margareth Meneses (Mosca na sopa), Deborah Blando (A maçã) e o grupo RPM (Gîtâ).
Em 1995, várias homenagens marcaram seu aniversário – faria 50 anos. Foram lançados um livro, "O trem das sete", Editora Nova Sampa, e um CD, Sociedade Grã-Kavernista apresenta sessão das dez, reedição do LP de 1971. Morreu em São Paulo, em 21 de agosto de 1989.
Fonte: Mpbnet
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(Raul Seixas e Cláudio Roberto)
Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal
e fazer tudo igual
Eu do meu lado, aprendendo a ser louco
Um maluco total, na loucura real
Controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez
Vou ficar, ficar com certeza maluco beleza
E esse caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir, por não tem onde ir
Controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez
Eu...
Controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez
Vou ficar, ficar com certeza maluco beleza
Eu vou ficar..., ficar com certeza maluco beleza
ficar com certeza maluco beleza
Eu vou ficar..., ficar com toda certeza maluco beleza
(Raul Seixas e Paulo Coelho)
Falado: Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo, procurando, foi justamente num sonho que ele me falou:
Às vezes você me pergunta por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada, nem vivo sorrindo ao teu lado
Você pensa em mim toda hora, me come, me cospe e me deixa
Talvez você não entenda, mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar,
Eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco, a força da imaginação,
o blefe do jogador, eu sou, eu fui, eu vou.
Gitá, gitá, gitá, gitá...
Eu sou o seu sacrifício, a placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro e as juras de maldição
Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga,
Eu sou a beira do abismo, eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra, do fogo,
da água e do ar
Você me tem todo o dia, mas não sabe se é bom ou ruim,
Mas saiba que eu estou em você, mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado, a pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome, dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa nos "peg-pags" do mundo,
Eu sou a mão do carrasco, sou raso, largo e profundo Gitá, gitá, gitá, gitá...
Eu sou a mosca da sopa e o dente do tubarão,
Eu sou os olhos do cego e a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua,
a mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio,
o início, o fim e o meio,
O início, o fim e o meio.Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio.
(Raul Seixas)
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor, lhe tenho horror, lhe faço amor, eu sou um ator.
É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor, lhe tenho horror, lhe faço amor, eu sou um ator.
Vou desdizer aquilo tudo que eu lhes disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Do que ter aquela velha, velha, velha, opinião formada sobre tudo.
Do que ter aquela velha, velha, velha, opinião formada sobre tudo.
(Raul Seixas)
Veja
Não me diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez
Beba
Pois a água viva ainda tá na fonte
Você tem dois pés pra cruzar a ponte
Nada acabou, não, não, não
Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar, não, não, não
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar
Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez
Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez!
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